domingo, 28 de novembro de 2010

O QUE É UMBANDA

O QUE É UMBANDA ?
Embora muitos afirmem ser a Umbanda apenas uma seita derivada dos Cultos Afro-Brasileiros que deram origem aos Candomblés, na verdade, a verdadeira Umbanda, muito pouco tem a ver com ele. Nosso irmão, W.W. da Matta e Silva, por exemplo, fez extensa pesquisa visando trazer a público a origem da palavra em seu livro Umbanda de Todos Nós. Esse não é o propósito de nosso trabalho atual. Importante é frisarmos que UMBANDA foi o nome dado ao culto criado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo médium era o Sr. Zélio de Moraes, em 16 de novembro de 1908, no bairro de Neves em Niterói. Destaque para o fato de que um caboclo, por ser considerado EGUN (alma de um ser que já viveu na terra ) não era entidade cultuada em nenhum candomblé. Posteriormente a coisa ficou meio confusa e criaram até os chamados Candomblés de Caboclos. Antes desta data, não há registro algum da palavra UMBANDA em qualquer seita Afro, como também ficou claro nas pesquisas feitas pelo retrocitado autor, na mesma obra e em outras. Se quisessem saber mesmo a origem da palavra, deveriam ter perguntado ao Caboclo, ao invés de ficarem especulando por aí.
O que é importante sabermos ?
Importante é sabermos que :
a) Umbanda não é culto Afro - é BRASILEIRO!.
b) A Umbanda sofreu várias modificações, tanto em seus objetivos como em sua práticas e rituais quando se mesclou e absorveu dos cultos Afro, do Catolicismo e até de filosofias orientais, certos parâmetros e conceitos básicos, a ponto de hoje entrarmos em certos terreiros ditos como de Umbanda e vermos lá os já conhecidos sacrifícios de animais e coisas equivalentes.
c) Umbanda foi o nome com que o Caboclo das Sete Encruzilhadas batizou o movimento espirítico criado por ele com regras básicas de trabalho, cujo objetivo principal seria o da "manifestação de espíritos (EGUNS NO DIZER DOS CULTOS AFRO) para a caridade".
Originariamente foram traçados planos para que três tipos de entidades pudessem se manifestar através de seus "médiuns" nas reuniões Umbandistas. Foram elas :
1) Crianças - Espíritos que teriam vivido e desencarnado nesta condição (EGUNS portanto) e que através de brincadeiras pudessem realizar trabalhos que trouxessem alegria, que despertassem o lado criança de todo ser humano - o lado puro (lembra-se do "Deixai vir a mim as crianças...?").
2) Caboclos - Espíritos que teriam vivido ou não na condição de índios (portanto EGUNS) nos primórdios da civilização(?) imposta pelos portugueses. Essa caracterização coincide com a segunda fase do crescimento do ser humano encarnado, quando ele deixa a infância, atinge a adolescência e se torna um adulto. Nessa fase, o vigor, o destemor e até mesmo uma certa destemperança são comuns.
3) Pretos Velhos - Espíritos (EGUNS) que teriam vivido ou não na condição de escravos negros, também nos primórdios da tal "civilização" imposta. A caracterização revela a terceira fase da vida do ser humano na terra - a idade madura, que neste caso revelaria também um dos principais atributos
que o homem deveria estar lutando por alcançar : a sabedoria.
A sabedoria daqueles que muito viveram e por isto, muito têm a ensinar.
Observemos que no caso dos espíritos que se apresentam como crianças, não há alusão à raça ou cor (na verdade em se tratando de espíritos esta distinção realmente não existe), mas no caso de caboclos (índios) e pretos velhos (negros), as caracterizações envolvem distin-ção de raça. Por que isso ?
Na verdade, a Umbanda verdadeira nasceu entre os humildes, e os planos de seus organizadores, visava a homenagear essas duas raças ou grupos étnicos que foram e são até hoje tão discriminadas sofrendo tantas perseguições. Uma forma também de mostrar ao "civilizados brancos" que, fossem índios, pretos, amarelos, verdes ou de qualquer outro tipo, todos, indiscriminadamente, eram e são seres da criação, e portanto, após o desencarne, as classes sociais, as cores de pele e o possível poderio econômico deixam de existir, e as lições que o espírito tem de aprender estão muito mais relacionadas ao amor, ao desprendimento e à sabedoria.
O que um bom vidente poderá enxergar (se lhe for permitido), é que não raramente, sentado ali no toco, com ares de um humilde velhinho, não está apenas um ex-escravo, mas certamente um grande sábio (preto, branco, marrom etc.) exercitando uma característica que somente os iluminados alcançaram em sua plenitude : a humildade.
Mas aí você pensa: "Por que então toda essa palhaçada ?"
Preste atenção !
Quando o Comando Superior (nome que daremos temporariamente ao Conselho Espiritual que estabeleceu as normas da Umbanda) decidiu por essas caracterizações, visava :
a) Representar as três fases por que passa o ser encarnado durante sua estada na matéria.
b) Demonstrar que crianças não fazem distinção de cor, raça ou qualquer outra, superestimando umas e subestimando outras. São espíritos desprovidos de discriminações, por serem os mais puros, (ingênuos) ou mesmo porque esqueceram-se deste preconceito daninho por ocasião da reencarnação (Graças a Deus).
c) Mostrar àqueles (dentre os quais eu mesmo) que hoje se "vestem" com uma matéria de cor clara, que mesmo perseguidos, expulsos de sua terras e escravizados, índios e negros também são seres da criação e como tal devem ser respeitados porque todos, mesmo os menos civilizados (no entender dos brancos), têm muito para aprender e ensinar.
d) Mostrar que por ser a UMBANDA um movimento espiritual brasileiro, envolveu em suas caracterizações grupos étnicos que passaram por grandes sofrimentos aqui nessas terras.
e) Mostrar que o homem evolui verdadeiramente quando vivencia em todo o seu potencial, cada uma das três etapas de sua vida e chega à idade madura dono de seus pensamentos e atos, conseguindo alcançar a verdadeira sabedoria, o que envolve muito aprendizado e prática do autocontrole, pois na medida em que vai aprendendo o significado de sua existência, consegue olhar o mundo como expectador. E aí..!
f) Permitir a manifestação de entidades familiares e/ou até mesmo grandes personalidades (no caso de serem suficientemente humildes para se apresentarem na "roupagem fluídica" de um Caboclo ou Preto Velho) quando encarnados, sem que isso traga para os médiuns e possíveis assistentes alguma perturbação emotiva.
Na verdade, essas formas de se apresentarem algumas entidades na Linha de Umbanda, visam muito mais a proteger os encarnados das perturbações emotivas que seriam provocadas nas situações em que por exemplo o médium ou assistente descobre que uma entidade que está se apresentando em um determinado Terreiro é um parente próximo seu, ou mesmo a vaidade que brota na maioria dos médiuns quando a entidade incorporante se apresenta como alguém que teve na terra uma posição de destaque ou fama (um grande pintor ou músico, reis ou princesas, por exemplo).
Por parte da entidade que se manifesta, a obrigatoriedade da caracterização faz com que o espírito seja forçado a não revelar uma situação que viveu como encarnado, tenha ela sido boa ou ruim. Não importa o que ou quem foi. O que importa é a mensagem que traz, o trabalho que vem realizar em benefício de outrem e de sua própria evolução.
Em minhas peregrinações pelos mais diversos terreiros de Umbanda e até "Umbandomblé", tive a oportunidade de presenciar curas "milagrosas" efetuadas por caboclos, pretos velhos e exús (há inclusive alguns bons livros que descrevem vários tipos de trabalhos realizados nesse sentido) sem que nenhum deles tivesse se identificado como Dr. "esse" ou "aquele". Seguindo a linha da HUMILDADE exigida pela Umbanda, todos se apresentaram de acordo com as características que adotaram desde o início de seus trabalhos. Até porque, se esses espíritos se apresentassem como Dr. ‘esse" ou "aquele", estariam se referindo a condições que tinham quando encarnados (na melhor das hipóteses), o que fatalmente demonstraria o quanto ainda estão apegados ao mundo material e às distinções sociais que ele impõe.
Raciocine comigo : De que valem os títulos obtidos na terra após o desenlace ? Aliás, quais serão os reais valores de certos títulos auferidos a tantas e tantas pessoas que já passaram e que ainda estão por aqui ? Será que um Doutor será mais bem visto aos olhos de Deus do que aquele que não conseguiu sequer aprender a ler ? Haveria justiça Divina caso isso fosse verdade ? Ou será que essa distinção só é válida aqui no Plano Terra onde os valores estão proporcionalmente ligados à situação financeira e/ou social de cada um ?
Raciocinou ?
Vamos reforçar seu raciocínio !
Se títulos e posição social fossem valores espirituais levados em conta pelo Criador, o próprio Jesus, considerado até mesmo Deus por muitos, deveria ter nascido em berço de ouro ou ter almejado durante sua breve estada na matéria, pelo menos algum cargo político de realce, não acha? E foi isso que se deu? Foi isso o que ele pregou?
Neste ponto eu torno a lembrar que, se você ainda está arraigado a conceitos e preconceitos, medos etc, não é bom que leia este BLOG, pois vamos abordar assuntos realmente polêmicos à luz da lógica e não de ERÓS ou DOGMAS. Nossa idéia é realmente tentar explicar esses "segredos" velados à luz pela ignorância e medo. Se você não se sentiu à vontade quando leu nossa primeira abordagem ao mito Jesus Cristo, então não leia o que vem pela frente. Você não está preparado(a).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

LENDA DE OXOSSI


OSÓSSI
Orixá da Caça e da Fartura ! Em tempos distantes, Odùdùwa, Oba de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as Àjès (feiticeira, portadoras do pássaro), personificando seus poderes atravez de Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Oba então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, já com todos sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha. Sua mãe Yemonjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Yemonjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Foi consultar os Bàbálàwo. Eles disseram que faça oferendas. Eles dizem que Yemonjá prepare ekùjébú (grão muito duro) naquele dia. Eles dizem que tenha também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas). Eles dizem que tenha èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira). Eles dizem que Yemonjá tenha seis kauris. Yemonjá faz então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção. Eles dizem que ofereça em uma estrada, dizem que recite o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda". Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abria sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Yemonjá, recebendo também a flecha serteira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "òsóòsì! òsóòsì!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Òsóòsì.
Desrespeitando a proibição de caçar num determinado dia, não cumprindo assim a determinação de Ifá, Osóssi seguiu seu caminho em direção à floresta. Osun, sua esposa, cansada de tanto ver seu marido quebrar os tabus, abandonou o caçador. Sozinho, caminhando pela mata, Osóssi escutou um canto que dizia: "Eu não sou bicho de penas para ser morta por você!!!". Era o canto de uma serpente, era Osumarê. Obstinado, Osóssi encontrou a serpente, atravessando-a com sua lança e partindo-a em vários pedaços. No caminho de volta, Osóssi continuou escutando o mesmo canto. Ao chegar em casa, foi para a cozinha e preparou uma iguaria com o fruto de sua caça e, como sempre estava faminto, devorou-a rapidamente. Na manhã seguinte Osun retornou à casa para ver como estava o caçador. Para seu espanto encontrou Osóssi morto, caído no chão e ao seu lado um rastro de cobra que se alongava até a entrada da floresta. Desesperada, Osun procurou Orunmilá que ouviu seu pleito, fez renascer Osóssi como orisá protetor de todos os caçadores e transformou Osun num rio sagrado.
Conta-se no Brasil que Osóssi era o irmão mais jovem de Ogun e Esu, todos três filhos de Yemonjá. Esu, por ser indisciplinado, foi por ela mandado embora. Ogun trabalhava no campo e Osóssi caçava nas florestas vizinhas. A casa encontrava-se, assim, abastecida de produtos agrícolas e caça. No entanto, um Babalaô alertou Yemonjá para o risco de Ossanyin, aquele que possuía o conhecimento das virtudes das plantas e vivia nas profundezas da floresta, enfeitiçar Osossi e obrigá-lo a ficar em sua companhia. Yemonjá ordenou então ao filho que renunciasse às atividades de caçador. Ele, porém, de personalidade independente, continuou suas incursões pela floresta. Tendo encontrado Ossanyin, que o convidou a beber uma poção de folhas maceradas, caiu em estado de amnésia. Ficou, pois, vivendo em companhia de Ossanyin, como previra o Babalaô. Ogun, inquieto com a ausência do irmão, partiu à sua procura, encontrando-o nas profundezas da floresta. Ele o trouxe de volta, mas Yemonjá irritada, não quis receber o filho desobediente. Revoltado com a intransigência materna, Ogun recusou-se a continuar em casa. Quanto a Osóssi, este preferiu voltar para a floresta, para perto de Ossanyin. Yemonjá desesperada por ter perdido os três filhos, transformou-se em um rio.

OXOSSI E OXUM


PAI OXALÁ E MÃE YEMANJÁ


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

EXU NO CANDOMBLÉ

sobre a multiplicidade dos Orixás

Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil e em Portugal (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes.

Já sabemos que os orixás são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), e isso torna o culto diferente.

Temos também o segundo nome designando o seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orixás com outros nomes referentes às suas realizações como Ogun Mejeje que se refere às lutas contra as 7 cidades antes de invadir Ire, e Iya Ori, a versão de Yemanja como dona das cabeças, etc.

Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orixás no Brasil e em Portugal.

Vamos começar com Exu o primeiro orixá criado por Olorun de matéria do
planeta segundo a sua mitologia, ele possui a função de executor, observador,
mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui, que são epítetos e nomes de cidades onde há o seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento do seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.

Qualidades de Exu

Oba Iangui: o primeiro, foi dividido em varias partes segundo os seus mitos.

Agba: o ancestral, epíteto referente à sua antiguidade.

Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.

Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos. Esse objecto
lembra o movimento que Exu faz quando se move ao jeito de um furacão.

Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.

Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.

Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orixá e ao sistema
divinatório.

Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.

Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em
Ijelu.

Ina: quando é invocado na cerimónia do Ipade regulamentando o ritual.

Onan: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros tem-no, seu fundamento, reza que não pode ser comprado nem ganho e sim achado por acaso.

Ojise: com essa invocação ele fará a sua função de mensageiro.

Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.

Elebo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.

Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga região Ijesa.

Maleke: o mesmo citado acima.

Lodo: senhor dos rios, função delicada, dado a conflitos de elementos

Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.

Oguiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.

Enugbarijo: nessa forma Exu passa a falar em nome de todos os orixás.

Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.

Eledu: estabelece o seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.

Olobe: domina a faca e objetos de corte. É comum assenta-lo para pessoas que
possuem posto de Asogun.

Woro: vem da cidade do mesmo nome.

Marabo: aspecto de Exu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente,
Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.

Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orixá pode ser soroke.

CABOCLOS NA UMBANDA


CABOCLOS

São entidades, espíritos de índios brasileiros e sua al americanos, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a mar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamteno da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.
Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura proporcionam uma energia de força que ira nos auxiliar para que consigamos os objetivos que desejamos, não existe trabalhos de magia que possam lhe dar empréstimos e favores isso não é verdade o trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepara-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.
A magia praticada pelos esp´ritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na umbanda trabalho de magia negativa ao contrario a umbanda trabalha para desfazer a magia negativa.
Os caboclos de umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram seus pontos riscados, grafia sagrada dos orixás, traduzem a mais forte magia que existe atualmente é através desses pontos que são feitas limpezas e evocações de elementares e orixás para diversos fins.
Nos seus trabalhos de magia costumas usar pembas, velas, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso.
Quando fazemos um trabalho para uma entidade de umbanda e colocamos algum prato de comida como ex: espigas de milhos com mel, esta oferenda não é para o caboclo comer, espíritos não precisam de comida, o alimento ali depositado serve como um alimento espiritual, Istoé a energia que emana daquela comida é transmutada e utilizada para o trabalho de magia a favor da pessoa da mesma forma o charuto que a entidade fuma usada para a limpeza da pessoa através da fumaça e das orações que estas entidades fazem.
Os caboclos conhecem tudo que vem da terra são melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra. São subordinados aos orixás o que lhes concede uma força mestra na sua personalidade e forma de trabalho.
Como são espíritos da mata propriamente dita, todos recebem forte influencia de Oxossi, no sentido apenas do conhecimento químico independente dos orixás que trabalham, trabalham com muitos passes.

FORMAS INCORPORATIVAS E ESPECIALIDADES DE CABOCLOS

CABOCLOS DE OXUM:

Geralmente são suaves e costumar rodar a incorporação acontece primeiro ou quase simultâneo no coração.
Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desânimo entre outros, dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energizaçâo, aconselham muito tendem a dar consultas que façam pensar seus passes quase sempre são de alívio emocional.

CABOCLOS DE OGUM:

Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam consultas diretas geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional seus passes são na maioria das vezes para doar força física, para dar animo.

CABOCLOS DE IEMANJÁ:

Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito chegando a deixar o médium tonto trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes de limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.

CABOCLOS DE XANGÔ:

São guias de incorporação rápidas e contidas, geralmente arreando o médium no chão, trabalham para emprego, causas na justiça, imóvel e realização profissional. Dão muitos passes de dispersão, são diretos para falar.

CABOCLOS DE NANÃ:

Assim como os pretos velhos são mais raros, mas trabalham aconselhando, mostrando o carma e como ter resignação. Dão passes onde levam eguns que estão próximos. Sua incorporação igualmente é contida, poucos dançam.

CABOCLOS DE IANSÃ:

São rápidos e deslocam muito o médium, são diretos para falar e rápidos também muitas das vezes pegam a pessoa de surpresa, geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação com xangô.
(No entanto sua maior função é o passe de dispersão e descarrego).

[CABOCLOS DE OXALÁ:]

Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passes de energização, são compactados para incorporar e se matem localizado em um ponto do terreiro sem deslocarem muito.

CABOCLOS DE OXOSSI:

São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades esses caboclos geralmente são chefes de linha.

CABOCLOS DE OBALUAIE:

São raros, pois são espíritos dos antigos “bruxos” das tribos indígenas, são perigosos, por isso sós filhos de omulu de primeira coroa possuem esses caboclos. Sua incorporação parece um preto velho, locomovem – se apoiados em cajados.
Movimentam-se pouco, fazem trabalhos e magias para vários fins.

ENTIDADES DE UMBANDA


Entidade é o nome dado a todos os espíritos que estão em determinada faixa de vibração astral que atuam dentro da Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior.

São as entidades que incorporam nos rituais de Umbanda, uma vez que os Orixás não incorporam. A função das entidades pertencentes às falanges é justamente vir à Terra e executar o trabalho ordenado pelo Orixá. São as entidades os portadores da força divina que correspondem aos Orixás.

As entidades que trabalham na Umbanda se apresentam em dois graus hierárquicos, a saber:

- Guias (que podem ou não ser chefes de falange ou de legião)
- Protetores.

A cada falange corresponde a vibração original de um Orixá. As outras seis falanges deste Orixá correspondem ao cruzamento de sua energia original com a dos demais. Um exemplo de como ocorre esse cruzamento entre as linhas de Umbanda é a linha de Ogum Beira-Mar, que vem a ser o cruzamento da linha de Ogum com a de Iemanjá.

Quando um médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem determinada falange atuam numa única faixa vibratória com a qual penetram na faixa vibratória do médium,. Em outras palavras, os espíritos não trabalham isoladamente, mas "em falange", todos numa única vibração. Isso explica porque podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais diferentes à mesma hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em multiplicidade, cada uma conservando o nome e as características do chefe da falange que compõem.

Embora não seja muito comum, é possível acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.

Isso ocorre em virtude de uma despersonalização do espírito, ou seja, ele se despoja das características individuais de suas encarnações, já que as entidades de umbanda estão acima de uma identidade individual. Não utilizando, portanto, as entidades os nomes de batismo na Terra, já que há muito transcenderam sua individualidade.

Existe ainda uma outra subdivisão, que diz respeito à faixa etária das entidades. Desse modo, temos as crianças, os adultos e os velhos. Por exemplo: podemos ter uma criança de Xangô, um Caboclo de Oxossi e um Preto Velho de Oxalá.

Outro tipo de entidade que se apresenta na Umbanda são os Exus, agentes mágicos que trabalham transmutando a magia no plano astral, os quais, infelizmente, são muitas vezes conhecidos erroneamente com conotações pejorativas.

As entidades, conforme sua faixa vibratória, dividem-se em várias falanges:

OS CABOCLOS

São entidades, em sua maioria, de indígenas desencarnados que, depois de centenas de anos no plano astral, resolveram abraçar o novo movimento religioso de Umbanda. Trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, ensinando o amor ao próximo e a natureza, tendo como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé.

Os Caboclos trouxeram para a Umbanda toda a magia dos Pajés, a defumação pelos charutos e cachimbos, e o poder milagroso das ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física; ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, limpam a nossa aura e proporcionam uma energia de força que irá auxiliar e encorajar o nosso espírito preparando-o para que consigamos o nosso objetivo.

Os Caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia sagrada dos Orixás, traduzem uma forte magia, é através desses pontos que são feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins.

Nos seus trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na energia de cada Orixá), velas, geralmente de cera, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso.

Sua saudação: "Okê Caboclo, Okê Bambi Ôcrim"

OS PRETOS VELHOS

A linha é um todo, com suas características gerais, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de Orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.

Usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar as pessoas. Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura de larvas astrais e energias negativas.

Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

Pretos-Velhos De Ogum

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

Pretos-Velhos De Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.

São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. Às vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.

Pretos-Velhos De Xangô

Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

Pretos-Velhos De Iansã

São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.

Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.

Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

Pretos-Velhos De Oxossi

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” - Oxossi.

Pretos-Velhos De Nanã

São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.

Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.

É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.

São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.

Pretos-Velhos De Obaluaiê

São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.

Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto, de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar.

Devido à elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.

Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.

Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual.

Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado. Para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

Pretos-Velhos De Yemanjá

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.

Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.

Pretos-Velhos De Oxalá

São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos. Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.

(Fonte: Sociedade Espiritualista Mata Virgem)

Alguns Pretos-Velhos conhecidos:

Pai Cambinda (ou Cambina)

Pai Roberto, Pai Cipriano e Mestre Luiz

Pai João D'Angola (também de Minas)

Pai Congo

Pai José D'Angola

Pai Benguela

Pai Jerônimo

Pai Francisco

Pai Guiné

Pai Joaquim (também da Costa)

Pai Antônio

Pai Serafim

Pai Firmino D'Angola

Pai Serapião

Pai Fabrício das Almas

Pai Benedito (também de Guiné)

Pai Julião

Pai Jobim

Pai Jacó

Pai Serapião

Pai Caetano

Pai Tomaz

Pai Tomé

Pai Malaquias

Pai Jobá

Pai Dindó

Vovó Maria Conga

Vovó Manuela

Vovó Chica da Costa D'Africa

Vovó Cambinda (ou Cambina)

Vovó Ana

Vovó Maria Redonda

Vovó Catarina

Vovó Luiza

Vovó Rita do Cruzeiro das Almas

Vovó Gabriela

Vovó Quitéria

Vovó Mariana

Vovó Maria da Serra

Vovó Maria de Minas

Vovó Rosa da Bahia

Vovó Maria do Rosário

Vovó Benedita

Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia.

OS BOIADEIROS

São espíritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins.

Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.

Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.

Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.

Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para os diferenciarmos dos caboclos.

São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos.

Sua maior finalidade não é a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos.

É de extrema importância essa função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).

Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar. Assim, "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interfere nas consultas de médiuns conscientes.

Esses espíritos atendem a boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.

Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.

Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.

Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orixá para quem trabalha é apenas um critério interno e obrigatório dentro do próprio "Ori" - pois na verdade todos são braços de Omulú.

Exemplificando essa idéia: Um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo, no entanto, as características deles.

Dentro dessa linha, a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...

Dentre muitos Boiadeiros, citamos: Boiadeiro na Jurema, Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro e Boiadeiro do Chapadão, etc ...

Sua saudação: "Xetro Marrumbaxêtro", "Minakêto Navizála"

AS CRIANÇAS

As almas de crianças que comparecem nos Terreiros de Umbanda são criaturas infantis que desencarnaram em tenra idade. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade. Dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa.

As almas das Crianças desencarnadas e habitantes de planos astrais ligados à Umbanda estão em correlação direta com os princípios que regem o Orixá Ibeji de pureza e inocência, não tendo o seu caráter contaminado por hábitos ou vícios inferiores.

É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Normalmente, as Crianças de Umbanda vêem acompanhadas de um Preto-Velho que tem a responsabilidade por seu comportamento durante as Giras. As festas em homenagem ao Orixá Ibeji são feitas com muita alegria, doces, comidas, bolos, brinquedos e brincadeiras.

É a única linha em que a comida de santo - Amalá, leva tempero especial - açúcar. É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como êres. Na representação nos pontos riscados, a Criança na Umbanda é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.

Os pedidos feitos às Crianças nos rituais de Umbanda são uma tradição. As Crianças, na maioria das vezes, atendem aos pedidos feitos, tendo uma força muito grande no Plano Astral para que consigam, juntamente com as outras entidades da Umbanda que os consulentes tenham seus pedidos satisfeitos.

As Crianças não gostam de desmanchar demandas, nem de trabalhar nas desobsessões. Trabalham nas consultas, onde enquanto essa se desenrola trabalham modificando e equilibrando a vibração do consulente, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.

Tais entidades demonstram em suas atitudes sua pureza, mas identificam as falhas e os vícios dos encarnados. Não se calam em suas consultas e, mesmo em sua estrutura infantil, têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

OS EXUS

Seu trabalho é dirigido, principalmente à defesa dos seus médiuns e a defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material. Exu é guardião, é caminho entre a luz e as trevas, e cobrador perante à Justiça cármica.

Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados, pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os consulentes , principalmente porque quando falam que vão ajudar certamente o farão.

Os Exús nas sete linhas de Umbanda:

Linha de Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das Sete Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu Sete Encruzilhadas, Exu sete Facas, Exu da Mangueira e outros.

Linha de Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros.

Linha de Xangô : Exu Marabô Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra e outros.

Linha de Yorimá : Exu Caveira, Exu Tata Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu Mulambo, Exu 7 porteira e outros.

Linha de Oxalá : Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas e outros.

Linha de Yemanja : Todas as Pombagiras.

Linha de Yori : Todos os Exus mirins.

Nota: Em razão da complexidade da entidade Exu, esse site reserva um capítulo a parte relativo a esses guardiões da espiritualidade.

OS CIGANOS

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, de espíritos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Têm, na sua origem, o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais. A presença dessas entidades é rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia.

Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza.

Santa Sarah Kali é a orientadora do Povo Cigano nos trabalhos espirituais, não ocorrendo qualquer sincretismo com outra religião, uma vez que sua função é de orientação.

Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu; porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.

Encontramos falanges diversas chefiadas por Ciganos diversos, em planos de atuação diversos. Dentre os mais conhecidos, podemos citar os Ciganos Pablo,Wlademir, Ramires, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor,Vitor e tanto outros, e, da mesma forma, as Ciganas como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaria, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Liarin, Sarita e muitas outras também.

Para a falange de Ciganos, se possível, deve ser mantido um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Esse altar deve manter imagens, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do Cigano em um suporte de alumínio.

MARINHEIROS

Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua) e sua mensagem é de esperança e força, numa alusão de que devemos desbravar o mundo exterior e o desconhecido dentro de nós, lutando para mantermos a fé e a confiança.

São chefiados por uma entidade conhecida por Tarimá. São espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros. São muito brincalhões, o plano espiritual superior os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas.

Seu trabalho é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas. Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos entraves.

A descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda, próximo aos seus freqüentadores.

Nunca andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões, fazendo valer o principio de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns representantes mais conhecidos: Maria do Cais, Chico do Mar, Zé Pescador, Seu Marinheiro Japonês, Seu Iriande, Seu Gererê e Seu Martim Pescador.

EXU-MIRIM

É mais uma falange trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação dos trabalhos das casas de Umbanda, realizando trabalhos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Também chamado de Criança de Encruzo, no caso masculino e, de Pombagira-menina, em sua manifestação feminina.

Pode-se dizer que os Exus e Pomba giras estão para os Exus-Mirins como os Preto-velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião. Têm como qualidade sua irreverência e com seu jeito travesso, resolvem mal-entendidos e desmancham feitiços, abrindo caminhos. São espíritos de muita força e graduação, mas sempre atendendo aos Orixás Maiores, que irão dar a ordem de bloquear a vida da pessoa e dar um basta nos erros que está cometendo. Assim como os Exus e Pomba-Giras, são portadores dos mistérios dos Orixás.

A criança de Encruzo ou Exu-Mirim atua como elemento regressor para o espírito em desequilíbrio, assim como Exu atua como elemento vitalizador.

Atuam nas diversas linhas da Umbanda, carregando nomes análogos ao dos Exus, conforme a linha em que atuam, como por exemplo, Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha (calunga), Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta (fogo), Lodinho, Ondinha, Prainha (água), entre muitos e muitos outros.